quinta-feira, janeiro 24, 2013

Um é palavra, o outro é porrada

Lincoln e Django são filmes longos. E ambos falam daquele momento fundamental da história americana, quando a escravidão estava sendo questionada. Mas é só isso. Não há mais nenhuma semelhança entre os dois longas (repito a palavra porque eles passam de 2h30 de película).
 Lincoln é político e psicológico, real e irretocável. Como eu já disse na semana passada.
 Django é o oposto: polêmico, físico e ficcional. É sangue e risos. Aliás, daí vem a polêmica, Tarantino consegue nos fazer rir em um filme que mostra mais horrores da escravidão do que a maioria dos que já falaram do tema. Faz piada da Ku Klux Klan, de gente explodindo e sendo baleada ou chicoteada. Você se entristece com o sofrimento do ser humano e, em seguida, gargalha sem culpa (dependendo da hora do riso, alguns gargalham com culpa).
 É um grande filme, pode acreditar. Se parasse no momento em que aparece a palavra Mississipi, seria perfeito, talvez um novo Pulp Fiction. Só que dali em diante o ritmo cai, há menos graça. Ainda um bom filme, embora pareça que Tarantino 1 foi dormir e veio Tarantino 2 para terminar. De qualquer modo, mereceu a indicação. Não leva, claro. Mas acho que Tarantino sabia disso quando fez o filme.