quinta-feira, abril 06, 2006

Parada estratégica

Escrevo para me justificar à meia dúzia de leitores deste blog bissexto. Minha produção aqui nunca foi exatamente constante. Agora, devo oficialmente parar por um pequeno período. É que desde esta segunda-feira assumi a movimentada rotina de quem produz textos para a mídia diária e online. Passo meus dias produzindo mal traçadas linhas para o site Investnews e o jornal Gazeta Mercantil. Está sendo uma experiência interessante e um desafio. Assim que eu me adaptar a este novo ritmo de vida, retorno ao blog (provavelmente em maio). Até lá!

sexta-feira, março 24, 2006

Clímax digital

Virou lugar comum dizer que a história da TV Digital é uma novela. Interminável, com namoro e sedução corporativa, mocinhos e vilões, não falta nada. Nem uma reviravolta no final. Quando parecia que o padrão japonês tinha levado, chega a China querendo salvar a pátria (qual pátria?). E a batida expressão BRIC, que já começava a cair em descrédito, volta ao noticiário. O curioso disso é perceber como a China definitivamente dá as cartas. A história do padrão BRIC de TV digital foi sugerida antes, mas ninguém deu muita trela. Basta a China dizer "vem" e os candidatos vão correndo. Mas quem sabe agora vai?

domingo, março 05, 2006

Grande irmão em um mundo novo


A polêmica dos chips implantados esquentou já no mês passado, mas a imagem que eu vi hoje na CNN motivou esse post. Na reportagem, um sujeito passa o braço no leitor e a porta se abre. Não se trata de instalações militares, nem de testes ou pilotos. Uma simples e pequena empresa de vigilância eletrônica deu a opção aos seus funcionários e 60% deles escolheram colocar o implante que dá acesso a uma sala de segurança máxima. O resto preferiu continuar carregando a velha chavinha digital. O CEO, Sean Darks, se defende: não posso rastrear meus funcionários, não há GPS, o chip não emite sinal, nada disso. Só abre a porta. Brrr... Ainda é esquisito. Voltamos a conversar sobre o assunto em 20 anos.

sábado, março 04, 2006

Público ou privado

A polêmica continua. Semana passada, mais 20 estudantes foram expulsos por escrever bobagens e publicar "obscenidades" na internet. A maior parte dos casos está relacionada ao site MySpace, o orkut americano, hoje com mais de 40 milhões de membros. Adolescentes enchem as páginas com fotos sensuais, o que dá uma brecha para que diretores de escolas ultraconservadoras chiem. Na página de Gabrielle Johnson, uma das expulsas, era possível ver um quiz bastante popular em que aparece a imagem da modelo Adriana Lima, em - poucas - roupas carnavalescas. Mas o que mais pega mesmo são as tirações de sarro em cima de professores e reitores. Antes, essas coisas eram restritas a cochichos e bilhetinhos. Agora está na web. Ah, eu chequei hoje a página de Gabrielle e ela limitou a visitação a sua lista de amigos. O espaço é dela, finalmente.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

RIAA chora

Lawrence Lessig deve estar rindo à toa. Os caras do Arctic Monkeys detonaram. Para quem não sabe, é uma banda inglesa daquelas que as gravadoras globais odeiam. No dia 22 de janeiro, lançaram um CD nas lojas. É claro que já dava pra baixar as músicas de graça do site muito antes disso, desde outubro. Fracasso? Que nada. Venderam mais em 7 dias do que todo o Top 20 britânico junto. E ainda devem ganhar um prêmio hoje. É a prova de que os "doidos" do Creative Commons estão certos. Downloads gratuitos dão mesmo dinheiro. Muito dinheiro. Será que a RIAA agora acorda?

terça-feira, fevereiro 14, 2006

Inovação e porrada

A Nokia é uma daquelas empresas que volta e meia eu sou obrigado a elogiar. E não é porque eles levam jornalistas legais pra Barcelona. Nada a ver. Mas eu acho que os finlandeses fumam alguma droga alucinógena. Primeiro, sairam dos produtos mais banais para a telefonia móvel. É o que um colega meu (um dos cinco leitores desse blog) chamaria de "turnaround". Aí, pra não deixar a peteca cair, estruturaram a empresa em pequenas células, ágeis e espertas (muuuito antes do Google). Bom, há pouco tempo andaram às turras com uma conhecida operadora brasileira pra vender celulares que baixam músicas do computador por bluetooth. E agora, olha só, finalmente eles vendem um fone (o 6136) com VoIP. Vez ou outra a empresa "líder de mercado" também é legal e compra brigas muito boas. Às vezes.

sábado, fevereiro 11, 2006

Google lava-pratos

Não, não é a última investida do casal Google. É só um post de fim de semana, meio atrasado. Quando os caras estiveram no Brasil, quase foram pra cozinha lavar pratos. Tá, na segunda eu volto a ser sério (ou quase).

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Delícia de negócio

Parece que a venda do Del.icio.us para o Yahoo não afetou a disposição dos fãs. Tenho visto muito isso ainda na net, os elogios continuam. O site organiza e compartilha os endereços favoritos que o usuário encontra na internet. Parece simpático, né? A empresa de Jerry Yang e David Filo teria pago 30 milhões de dólares pelo Del.icio.us. Coisas da web 2.0. Claro que não é nem perto dos 5,7 bilhões de dólares pagos pela Broadcast.com em 1999. O que torna a história do Del.icio.us curiosa é que os investidores, entre eles Tim O'Reilly, admitiram publicamente que ainda não estavam ainda certos qual seria o modelo de negócios. O Yahoo chegou na hora certa.

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Como nasce uma tendência

Ver o parto dessa Web 2.0 está sendo interessante. Em maio, pensei em escrever algo sobre uma nova internet. Acabei indo fazer outras coisas e comi bola. A Business Week não. Foi rápida e fez a primeira matéria de peso. Os pais do "modismo" foram Tim O´reilly e sua trupe, que deram nome e berço pra criança. Claro que o Sílvio Meira fez um post legal logo depois. Em janeiro, a imprensa brasileira finalmente acordou e alguns veículos arriscaram umas matérias. Chegaram a dizer que a Web 2.0 eram alguns produtos que ameaçavam a Microsoft. Tem um pouco a ver, mas teria de ser um mundo muito pequeno se fosse só isso. Bom, tudo isso pra dizer que finalmente na semana passada escrevi algo a respeito, tá saindo nessa próxima edição da Foco Economia. Espero que gostem.

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Nada escapa

Ano passado, a Fast Company fez um brincadeira em que terceirizava a apuração e edição de uma página para a Índia. Foi interessante, mas eles fizeram um pouco de troça da idéia. Agora, lendo o mais do que badalado "O Mundo é plano", vi que o jornalismo já virou objeto do offshore faz tempo. Lá fala de como a Reuters já tem 300 jornalistas indianos de prontidão só para analisar resultados das empresas. Trabalho mecânico, sem análise. Ok, mas o próprio autor conta que começou na carreira fazendo isso. Afinal, ninguém começa do topo, certo? Nessas horas, acho ainda mais legal ter nascido cultivando a "última flor do Lácio, inculta e bela" (é, cara, o idioma dos portuga).

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Software ou álcool?

A galera dos bits pode estar com uma ponta de inveja do pessoal da cana. O casal Google vem ao Brasil e fica fissurado é em uma usina. O Bill Gates olha pra cá e também só se interessa no matagal. A Veja (eca) faz uma matéria enorme sobre o álcool, dispara a falar de inovação e dá cinco vezes menos espaço para UMA empresa campineira de software. E até o Bush (eca de novo) elogia a tecnologia brasileira dos carros bicombustíveis. É, acho que eu bebi foi é pouco.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

Vai e volta

A migração fez da metrópole uma cidade multicultural, retrato de cada pedaço do Brasil. Esse processo está quase parando. O PNAD 2004 já mostrou que há mais gente saindo do que vindo. Afinal, a construção civil e a indústria de baixo valor agregado perderam importância em São Paulo. O que dá emprego hoje exige uma qualificação mínima e o grupo migrante de baixa renda não tem. Ao mesmo tempo, é curioso observar que muita gente fica indo e voltando, segundo o PNAD. É possível que a queda nos custos de comunicação tenha facilitado o vai-e-vem. Tem coisa boa lá, tô indo. Tá bom em Sampa, tô voltando.

terça-feira, janeiro 10, 2006

O que Page não disse e a publicidade

Comecinho de ano agitado. Tá, a CES foi uma porcaria. Ok, até Tom Cruise e Morgan Freeman estavam lá e eu não. É, o pacotinho do Google deixou a desejar. E a loja de vídeo é sensacional em esportes, mas o começo foi xôxo com tão poucos videoclips. Esquece tudo isso. É o que Larry Page não disse que interessa. Sim, o Google vai ter um sistema operacional e um office próprio. E eles têm o dedo no projeto de 100 dólares do MIT. Mr. Gates deve estar arrependido de ter colocado dinheiro na AMD. Ah, as voltas que o mundo dá. Aliás, o engraçado de tudo isso é que em pouco tempo a tecnologia pode estar funcionando justamente em torno da publicidade, aquela que caiu em desgraça no fim da bolha. Claro, isso se o pessoal do Google aprender a fazer uma aplicação que dê certo (o Gmail até agora é uma solene exceção).

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Peter Quinn está fora

Um fardo para mim, minha família e amigos próximos. Assim definiu o "CIO" do estado de Massachussets o infortúnio que estava passando nos últimos tempos. E pediu água. Para quem não sabe, o cara tinha comprado uma das maiores brigas já vistas com a Microsoft. Simplesmente decidiu que os órgão públicos de lá não iam mais trabalhar com os formatos proprietários do Office. Todos iam trabalhar com padrões abertos, baseados em XML. Coincidência ou não, em novembro a Microsoft havia capitulado e avisado que o Office 12 iria trabalhar com um formato de arquivos usando XML. O que vai garantir que outros fabricantes possam abrir os documentos microsoftianos sem perdas de formatação.